30.jun

Novas propostas de tributação em análise no Brasil

O governo federal, por meio do Ministério da Fazenda, tem discutido com o Congresso Nacional propostas de ajustes fiscais que pode alterar significativamente a forma como diversos setores e operações financeiras são tributados no Brasil. Essas mudanças fazem parte da estratégia para elevar a arrecadação, controlar o déficit e criar espaço para novas políticas públicas, mas preocupam empresários, investidores e o mercado em geral.

Essas alterações podem vir por Medida Provisória, Decreto, Projeto de Lei Complementar ou até mesmo Proposta de Emenda Constitucional, demonstrando o peso político e a complexidade do tema. Por isso, acompanhar o andamento das propostas é essencial para qualquer empresa ou investidor.

Entre os principais pontos em discussão estão novas taxações sobre investimentos antes isentos, mudanças no IOF e ajustes em alíquotas de impostos existentes. Veja alguns dos destaques:

  • Investimentos atrelados ao agronegócio e imobiliário:
    Hoje são isentos, mas passariam a ter uma taxa de 5% sobre os rendimentos. Isso afeta desde grandes fundos de investimento até investidores pessoa física que buscam diversificação e segurança em ativos lastreados em imóveis ou agronegócio.
  • Distribuição de lucros a acionistas:
    Atualmente com alíquota de 15%, a proposta é subir para 20%. Para empresas que remuneram sócios e investidores via dividendos, esse aumento direto significa uma redução no retorno líquido, impactando decisões estratégicas e precificação de ativos.
  • IOF – Operações de Risco Sacado:
    A proposta é reduzir em 80% o teto atual de 3,95% ao ano, mas ainda manter a carga acima do nível anterior ao decreto original. Na prática, quem usa operações de antecipação de recebíveis via risco sacado pode continuar pagando mais IOF do que antes da elevação que ocorreu no governo anterior.
  • IOF – Produtos como o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre):
    Hoje há uma cobrança de 5% sobre aportes superiores a R$ 50 mil. A proposta indica redução, mas sem voltar ao patamar mais baixo histórico, o que ainda manteria a arrecadação elevada sobre esse instrumento popular de planejamento financeiro e previdenciário.
  • Casas de Apostas Online (BETs):
    A alíquota atual de 12% sobre a receita bruta deve subir para 18%. Em um mercado que cresce rapidamente no Brasil, o governo busca maior arrecadação de um setor que hoje tem margens elevadas e fiscalização ainda em consolidação.
  • CSLL para Instituições Financeiras:
    Atualmente varia entre 9%, 15% e 20%, dependendo do porte e do tipo de instituição. A proposta unifica faixas para 15% e 20%, visando simplificar, mas garantindo arrecadação mais robusta do setor.
  • Corte Linear de Incentivos Fiscais:
    A Fazenda estima que os chamados “gastos tributários” com isenções somem R$ 800 bilhões ao ano. A proposta é um corte linear de 10% nesses benefícios, impactando empresas que hoje contam com regimes especiais ou renúncias para manter competitividade.

Essas propostas ainda precisam passar pela discussão legislativa e podem sofrer ajustes. Mas sinalizam um movimento claro do governo para elevar a arrecadação, inclusive em setores antes menos tributados ou com benefícios mais robustos.

Para empresários, investidores e gestores financeiros, o recado é claro: é hora de acompanhar as mudanças de perto e revisar o planejamento tributário para evitar surpresas no caixa.

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