15.abr

Comércio mundial pode recuar até 25% com impacto do coronavírus

O comércio mundial deve recuar de 15% a 25% neste ano em razão dos efeitos do coronavírus na atividade econômica global, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

No estudo, o Ipea elaborou três cenários para o comércio global a depender do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) global. O cenário básico do instituto prevê uma queda de 2% na atividade, o que levaria a uma retração de 20% do comércio.

No cenário mais otimista, que prevê uma queda do PIB global de apenas 0,5%, o comércio mundial recuaria 15%. Se a retração da atividade for mais intensa, de 3,5%, o tombo chegaria a 25%.

“O mundo atravessa um período de grande conturbação em função da pandemia do Covid-19, e o comércio internacional é um candidato óbvio a enfrentar grandes dificuldades neste período de crise”, pontuou o Ipea no relatório.

Com o avanço da pandemia de coronavírus, tem havido uma redução mundial na demanda por bens entre os países, além da restrição de movimentação de pessoas por causa do isolamento social.

Em 2021, o Ipea projeta uma recuperação para o comércio mundial, que também vai depender da força do PIB global. A alta deve variar de 4% a 10%.

O que esperar depois de crise

Na leitura do Ipea, depois de superada a crise provocada pelo coronavírus, o Brasil deve enfrentar um ambiente de negócios com mais restrições aos fluxos de comércio internacional e investimento direto estrangeiro.

Se esse quadro se confirmar, o instituto sugere que o país atue mais próximo da Organização Mundial do Comércio (OMC) em busca de acordos multilaterais e evite adotar medidas protecionistas.

“A primeira recomendação é que o país atue de forma bastante firme em defesa das instituições multilaterais, em especial a OMC, tendo em vista que um cenário em que predominem acordo bilaterais ou plurilaterais tende a ser mais benéfico para as economias maiores, mais desenvolvidas e que são geradoras de tecnologias e de padrões tecnológicos, o que não é o caso do Brasil”, escreveram os técnicos do Ipea.