08.maio

A superação da crise econômica e os reflexos no mercado imobiliário

A chegada do ano de 2018 foi celebrada por profissionais do ramo empresarial, corporativo e negocial – sobretudo no âmbito da construção civil e do mercado imobiliário – ante a alta perspectiva de superação da crise econômica, após uma inflexão de três anos consecutivos de recessão. A expectativa de melhoria na indústria da construção civil foi ressaltada por instituições de renome, como o Instituto Brasileiro de Estudos Financeiros e Imobiliários (IBRAFI) e a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) que se posicionaram otimistas à proliferação das relações negociais imobiliárias.

A promessa do desenvolvimento econômico para os próximos anos resguarda-se na ideia de controle da inflação e na manutenção da redução das taxas de juros no país, estimulando-se, assim, a aquisição e o investimento no mercado imobiliário. Por isso, o investimento em imóveis no litoral catarinense revela-se cada vez mais lucrativo.

As cidades litorâneas do Vale do Itajaí aproveitaram significativa valorização imobiliária no ano de 2017, sendo que a aposta para 2018, é a sua multiplicação. Neste seguimento, evidencia-se que o mercado imobiliário é o mais atraente para os investidores, tendo em vista que o processo de reestruturação da economia do país deu ensejo ao atual cenário de juros – em patamares mínimos e históricos – favoráveis à acumulação do capital, do sistema de preços e da competitividade de mercado.

No que diz respeito a redução da taxa de juros, analisa-se que no ano de 2017 a taxa Selic – taxa básica de juros da economia no Brasil – manteve-se no primeiro trimestre com o seguinte percentual: 13,65%, 12,90% e 12,15%. Por outro lado, no primeiro trimestre do ano de 2018, a taxa Selic considerada a mais baixa desde o início da série do
Banco Central do Brasil firmou-se em 6,90%, 6,65% e 6,40%, ou seja, praticamente a metade do percentual fixado no ano passado, sendo passível nova redução.

Além disso, salienta-se o recuo das linhas do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), do Sistema de Financiamento de Habitação (SFH) e a redução dos juros do financiamento imobiliário pela Caixa Federal, principal agente financeira de imóveis no Brasil.

Assim, ressalta-se que a redução da taxa Selic repercute na minoração dos juros imobiliários, aquecendo a economia e incentivando ainda mais o consumo. Parte-se deste pressuposto para afirmar que a redução da Selic aliada à queda dos encargos do financiamento, ampliam notadamente a possibilidade de aquisição de bens imóveis.

Inclusive, para os que já possuem um empréstimo, a atual dedução dos juros aumenta as chances de negociação para reduzir o custo do crédito, ou ainda, viabiliza a discussão judicial quanto a revisão do contrato, a depender do caso concreto.

Diante do otimismo que se lança ao mercado imobiliário, revela-se pertinente mencionar que a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) prevê a expansão do crédito imobiliário com recursos da poupança em 10% em 2018, isto é, R$ 48 bilhões de reais.

Em suma, pondera-se que o conjunto de ações voltadas à superação da crise econômica, como a redução dos juros, o recuo nas linhas de financiamento e à ampliação do crédito imobiliário, provocam o estabelecimento de um cenário econômico extremamente favorável para a compra de imóveis. Logo, é inequívoco que o processo do reestabelecimento econômico e a expansão do mercado imobiliário andam juntos a um só tempo.

Publicado por:

Jéssica Wegmann Bellé
OAB/SC 51.533

  • Advogada do núcleo Bancário e Imobiliário.
  • jessica@silvaesilva.com.br